sexta-feira, 8 de abril de 2011

Nós e nossas Convivências!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


A vida custa um bocado de tempo e um monte de relacionamentos.

Discorrendo sobre o assunto assumo que preciso de muita literatura e bastante tempo para saber um pouquinho sobre convivências, mas minha ousadia, como sempre insocorrível, não me permite inibir os impulsos que me levam a imaginar que as nanogramas de experiência adquiridas me conferem o direito de bancar a sábia de fim sarau e alugar pobres almas cansadas a ler o que eu ainda escrevo com duvidosa sanidade.
Não se engane, aqui não há números ou dados estatísticos. Meus conceitos partem de observações que venho colecionando do ao looooongo dos meus trinta e cinco anos. [Algumas pessoas riem de mim quando falo em experiência tendo apenas trinta e cinco anos. Esses, ou são jovens com preguiça de viver ou idosos que se colocam como modelo de conduta. Mas fazer o quê, né!]
O que tenho a dizer é simples: Grande parte das nossas dificuldades de convivência reside na idealização de relações perfeitas e/ou na convivência em si.
A princípio, cito uma segunda frase de William P. Young (ambas encontradas no livro: A Cabana – que eu recomendo por ser muito bom!) que diz o seguinte: “Acho que, assim como a maior parte das nossas feridas tem origem em nossos relacionamentos, o mesmo acontece com as curas.”
Feridas e curas... palavras bem conhecidas para quem dá a cara a tapa e se envolve com pessoas. Estamos vulneráveis a nos decepcionar com seres humanos, com suas atitudes, com opiniões que ferem nossos pontos de vista, que nos ferem... De fato, tendemos a evitar certos desafetos, o que chamamos tambem de ‘pessoas que incomodam’. Mas você já contou quantas pessoas já te incomodaram pelo menos uma vez na vida? Se pensarmos bem, evitar seres humanos corresponderia então a isolar-se do mundo, de nós mesmos – com as verdades que não queremos ouvir - e de nossas possibilidades. Falo “nós” por me incluir na gama de indivíduos que, se pudessem, deixaria a vida passar lá fora e se guardaria numa bolha a fim de esquivarem-se de problemas.
Outro problema que disse anteriormente é sobre idealização. Inevitavelmente inventamos pessoas. Não estou louca, isso é sério! Inventar no sentido de criarmos e apegarmo-nos à idéias que temos das pessoas. Nesse sentido se essas pessoas se mostrarem diferentes daquilo que imaginamos logo fazemos aquelas caras de poucos amigos e nos sentimos traídos, decepcionados. Na verdade somos traídos mesmo! Somos traídos pelas nossas concepções, pelo nosso achismo (neologista feeling!) e apoiamo-nos nos resquícios do direito imaginário que temos para culpar os outros pela nossa tristeza, pela nossa tentativa de sufocá-los , por eles não quererem ficar dentro dos limites que estabelecemos para eles dentro de nossos conceitos engenhosamente arquitetados. Limites que são abalados quando o alguém do outro lado grita: “você está me sufocando”, e nós, criadores de sacórfagos para humanos vivos, tristemente achamos que o outro mudou demais, que está se esquivando, e parece não gostar tanto de nós quanto gostava. Ei, você já viu o presidiário gostar do responsável pela sua clausura?... Nããããõoo! Almas foram feitas para voar, serem livres! Então não tente cortar as asas das almas que você ama, que voce convive, nem tente guardá-las dentro dos limites das suas expectativas. Voce vai se ferir e sair ferido(a) também!
Então, vamos combinar que nossos relacionamentos tem o poder de nos tirar do sério. E não é por que somos muito bonitos ou feios, simpáticos ou antipáticos, altrúistas ou egoistas... Independentemente de nossas características sempre haverá um mal-entendido que colocará tudo a perder (um telefonema não atendido, uma palavra fora do lugar, um atraso desproposital, um abraço não dado, um sorriso que não veio, etc.) mesmo que tudo que você queira para sua vida é paz, amor e um seriado no final da noite. Seja lá o que for não há curso de boa convivência, não há psicologia que dê conta: atritos ocorrerão! E como dizia o grande (!) Chaplin: “Não devemos ter medo dos confrontos... até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas” (não entendo muito de astronomia e afins, mas gosto de estrelas e de Chaplin).
Polir arestas, viver e conviver! Arestas que só serão polidas se convivermos admitindo nossos erros, conquistando acertos, e aceitando que não deveremos criar expectativas sobre nossos amigos, pais, irmão, namorados (as), patrões, professores, ou quem quer que seja. Não somos perfeitos, nem convivemos com pessoas perfeitas. Não somos melhores nem piores que ninguém para julgarmos as pessoas segundo referências que tiramos de nossos conceitos egóicos.
E, para finalizar, vou confessar a vocês que eu menti quando disse que aqui não haveria dados estatísticos. Há sim! E o cálculo é o seguinte:
Sendo assim observamos que expectativas são inversamente proporcionais a pessoas. Que à medida que diminuirmos a autenticidade das nossas convivências e a dividirmos pelas grandes expectativas, nós reduzimos as pessoas a ponto delas virarem um nada.

Se a originalidade de nossa convivência for igual às expectativas criadas significa que as pessoas estão passando pelas nossas vidas não deixando nada de especial e nem levando nada distinto. Quando o saldo é negativo é sinal que deixamos e guardamos mágoas, tristezas e todos os indícios de uma convivência forjada, vencida pelas expectativas. Porém quando o saldo é positivo, significa que estamos aprendendo a conviver, a ter relações sadias com as pessoas, pelo simples (e precioso!) fato de estarmos permitindo que elas existam de verdade.
Agora, querido leitor que teve a paciência de chegar aqui, peço-lhe desculpas se fiz com que isso parecesse um conselho! Não é! É apenas um conjunto de opiniões. Ah, e como você chegou até aqui quero te dizer que mesmo sem perceber sua visita me deixa imensamente feliz! =)

Nenhum comentário:

Postar um comentário